sexta-feira, 6 de junho de 2008

Graveto ao Vendaval - Por Carlos Miranda

O Graveto ao Vendaval


Eu te espero mais,
Sempre, por tudo aquilo que sou capaz,
de suportar em teu nome...
Há tanto medo que alguém tome
- Algum volúvel, algum esperto -
Tua mão em casamento,
que te leve de mim por todo tempo,
Aonde não possa segui-la,
Sem revelar-te todo meu profundo sofrimento.

Eu te fascino mais...
Com a continuidade do que sinto,
E a força que a dor me traz,
Quando a eternidade é puro mito,
Como se fosse fácil ser fugaz!

Já que viverei para sempre,
Em saudade, em momentos,
É meu destino ser mero instrumento
na ordem dos eventos em tua vida,
Observar apenas, e ser lembrado
como o frágil estranho, desalinhado,
de sorriso fácil, e olhar tamanho,
que te cobria por inteira,
a todo instante,
Enquanto todos tinham em mim
apenas mais um farsante.

É meu destino viver por ti em prece,
Sem a pressa de voltar a amar em breve,
aquela inspiração (mulher), única que não se esquece...

Ser feliz por tua felicidade,
Viver, enfim, a castidade,
daquele ditado ridículo que diz:
amor verdadeiro é aquele
que deixa o outro à vontade,
para ir embora, para voltar tarde...

Eu lhe digo, por um triz,
que isso não é amor, é falsidade,
É vontade de se ver livre,
de criar entrave,
Pois o único amor que conheço,
É aquele que ama desde o fim até o começo,
que proclama calmamente a sua simplicidade,
E é tão raro, de cristal,
que se quebra e rui,
como um graveto ao vendaval.